terça-feira, 7 de março de 2017

Resgatando casamentos

   Em plena era da comunicação em tempo real, vamos na contra-maré nos relacionamentos pessoais. Muitos são os que optam por relacionamentos virtuais em seus celulares e computadores,  deixando o velho e bom bate-papo regado a uma bebida ou em torno de uma refeição para segundo plano. 
    Esta contra-maré também atinge o seio familiar. Há  relatos de casais que se comunicam mais por celular durante seus afazeres diários do que quando estão em casa.  Uma tendencia ao isolamento toma conta de ambos aliando-se ao cansaço do dia. Estar em casa assemelha-se ao que  acontece com o celular quando na tomada: uma recarga para o dia seguinte. 
   Vejam que eu disse "se comunicam" apontando a objetividade da conversa, afinal o tempo é curto diante de tais afazeres. São questões e decisões do dia-a-dia. Dificilmente  este meio é utilizado para falar de si mesmos. Alguma coisa aconteceu com o conjuge que deixou de ser interessante? Será que o fato de ao final do dia estarem na mesma casa é o suficiente?
   Metaforicamente o casamento é como uma planta quanto ao cuidado. Se esta não for regada, adubada, protegida de pragas e intempéries, não sobreviverá.  O diálogo entre o casal é o elemento fundamental para a fluidez dos cuidados. A linguagem estabelecida por um casal em seu inicio de relacionamento não será necessariamente a mesma após os anos de convívio. Muitas interferências acontecem e é necessário estar atento para não perder o objetivo de se estar com aquela pessoa. Aquela que um dia foi objeto de sua decisão de amar.
   É possível sim resgatar relacionamentos, bastando que pelo menos um dos cônjuges o deseje. Se assim ocorrer, não quer dizer que a planta morreu, apenas está debilitada.
   Recomendo o filme "Um divã para dois"  com Meryl Streep e Tommy Lee Jones como ilustração sobre as possibilidades.