Muitos enganam-se ao pensar que perdão é um sentimento, uma emoção. Acreditam que é necessário sentir algo para então liberar o ofensor de dentro de si. E nesta espera por um sentimento, desta sensação em favor do ofensor, apostam que om tempo é o melhor remédio. Ledo engano. Esquecem-se de que a dor da ofensa transforma-se em ferida na alma, da qual mina uma "má-água": a mágoa. Esta flui internamente ruminando o ato ofensivo, que como num círculo vicioso, renova a dor. O tempo não apaga. Apenas cria uma casca, escondendo o real estado da ferida. É desta forma se estabelece uma prisão.
Perdão é atitude, Ato da volição. É racional. É necessário decidir não permitir que o ato ofensivo ocasione a ferida. Perdoar significa liberar o ofensor tão logo nos dermos conta da dor da ofensa. É impedir a mágoa aprisionante.
Perdoar não é esquecer. Ninguém esquece algo que dói.
Quem perdoou lembra da ofensa, porém esta não lhe incomoda, não dói, não lhe causa efeito emocional.
Quem perdoa é livre.