sábado, 6 de abril de 2013

Ansiedade, Angustia e Estresse.

          Estes três podem ser confundidos em alguns momentos da nossa vida, mas possuem significados e sintomas bem distintos. São parceiros indesejáveis nos nossos dias corridos, em nossas horas que parecem voar.  Coisas para fazer... Incertezas...  Expectativas...
         Quem nunca ficou estressado com alguma tarefa ou com muitas tarefas? Quem nunca se sentiu ansioso por algo? E a angústia? Essa ‘coisa’ que não sabemos nomear e que nos sufoca em alguns momentos?
         Segundo os dicionários, ansiedade significa angústia, aflição e grande inquietude. Significa um desejo veemente, uma impaciência.  A ansiedade é uma forma de alerta. Uma reação normal ante as expectativas da vida. Boas ou ruins. Mas como lidar com ela?
        Somos ansiosos por natureza. Uns mais outros menos.  A ansiedade permeia todas as nossas ações, pois somos seres que planejam, que percebem, que conseguem organizar percepções e delas extrair conclusões, hipóteses. Almejamos resultados.  Nisto se constituem nossos anseios, nossas expectativas, nossos sonhos.  As reações psicofisiológicas comuns são agitação interna, estado de alerta, distúrbios gástricos, perturbações ao sono. Dormimos mal quando estamos ansiosos.  Satisfeita nossa expectativa, cessa-se a ansiedade.
        Quando nos “pré-ocupamos” demais com coisas do dia-a-dia ou com aquilo que almejamos; quando nossa vida gira em torno do que esperamos; quando paralisamos as demais coisas, estamos caminhando para um transtorno de ansiedade.  
        A angústia pode ser descrita como ‘ansiedade não nomeada’. É algo que “pré-sentimos”,  mas não conhecemos a razão conscientemente. Estar angustiado é estar inquieto, com ânsia de choro, com um ‘bolo’ na garganta sem saber por quê.  Chorar alivia. A angústia deixa de existir quando descobrimos a causa; quando a nomeamos.  Ela pode passar  a um estado de ansiedade, como conhecemos, ou não. 
       Estresse...  O popular estresse.  Podemos defini-lo como um conjunto de sintomas decorrentes da exposição do corpo e/ou da mente a situações desgastantes. É como manter uma máquina trabalhando no seu limite máximo, ou além dele, por algum tempo. Certamente apresentará desgaste de peças mais rapidamente, decrescendo sua produtividade, ou haverá sua paralização total por quebra de peças.
        Do estresse fazem parte a  ansiedade, o cansaço, a fadiga, alterações na imunidade do corpo (e com isso doenças frequentes), alterações de sono e de humor.  Várias psicopatologias originam-se no estado de estresse. Depressão, fobias, síndrome de Burnout e transtornos de ansiedade.
      Vale lembrar que uma pessoa muito atarefada não necessariamente terá estresse.  Ritmo acelerado dentro limites aceitáveis do corpo, opções de lazer, períodos de descanso, dificilmente acarretarão em estresse.  Um dos segredos contra o estresse é exatamente este: respeitar os limites do corpo e da mente.  Um outro segredo de suma importância para a saúde psicológica está no prazer de realizar tais tarefas. Executar uma tarefa sem gostar ou apreciar o que se faz, sentindo-se desmotivado, sentindo-se pressionado é algo penoso. Com o tempo aparecem problemas na auto-estima, apatia, angustia, alterações de sono, entre outros.
        Vivemos em dias agitados, corridos. O tempo parece ser pouco para aquilo que desejamos realizar.  Então corremos mais para alcançar. Mas e as consequências? Até mesmo Jesus Cristo, conhecendo a natureza humana, exorta a não nos deixamos tomar pela ansiedade (Mateus 6:25). Devemos fazer cada coisa a seu tempo, dentro dos nossos limites. Cada um respeitando sua própria natureza.