terça-feira, 15 de outubro de 2013

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC


     Trata-se de um transtorno de ansiedade comumente originado em um evento traumático. Pode surgir em seguida ao evento ou posteriormente. Pode tornar-se crônico, com a estabilização dos sintomas, ou apresentar-se sob forma de episódios.  
      Manifesta-se através de necessidade de realizar rituais de forma compulsiva, com o objetivo de aliviar a ansiedade provocada por pensamentos obsessivos, onde preocupações, sentimento de culpa, medo,  necessidade de auto-aceitação, perfeccionismo,  são os motivos mais comuns.
     O que caracteriza uma pessoa com TOC, ou também descrito como Neurose Obsessiva, é exatamente a sua “habilidade de pensar”. Segundo Camargo, a intensa ruminação mental, repleta de dúvidas, suprimi o agir, porém não o impede de sofrer e de ter o seu corpo afetado. 
    Sigmund Freud, em seu artigo sobre “O Ego e o Id” (1923), afirma que a Neurose Obsessiva tem como característica marcante o sentimento de culpa, originando um conflito entre o ego e o superego, onde o superego dirige toda sua hostilidade ao ego. Obedecendo ao superego, o ego procura desviar a pulsão decorrente do Id. 
    Em outras palavras... cabe ao ego direcionar a expressão desta energia psíquica. Muitas vezes encontra lugar nos rituais corporais como lavar as mãos repetidamente, checar portas por uma quantidade de vezes, incomodar-se ao ponto de aflição com coisas fora do lugar, não pisar em determinadas coisas. 
     Uma pessoa com TOC aparenta ser uma pessoa sem problemas, vivendo uma vida em que geralmente tudo vai bem. Ainda segundo Camargo, “é uma pessoa respeitosa, com escrúpulos, educada, mas pobre em relações. Procura viver de forma impessoal, tentando ao máximo suprimir seu desejo geralmente diluído em necessidades ou tarefas minuciosamente cumpridas”.


Procure um psicólogo ou um psiquiatra caso identifique algumas das características descritas  no quadro.


Fontes:FREUD, S. As Neuropsicoses de Defesa (1894). Vol.III________ Notas Sobre Um Caso de Neurose Obsessiva - caso do "Homem dos ratos" (1909). Vol. XDisponíveis em: http://www.freudonline.com.br/Camargo,S.G. Considerações Freudianas sobre a Neurose Obssessiva. Disponível em:http://www.isepol.com/asephallus/numero_07/artigo_05_port.html

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Síndrome de Burnout

            O termo Burnout é uma composição de burn = queima e out = exterior. 
            Sugere que uma pessoa consome-se física e emocionalmente diante de estímulos estressantes.
            Assemelha-se a um esgotamento emocional, levando a apatia e desanimo.
            A Síndrome de Burnout pode estar instalada quando insistentemente se pensa estar  “de saco cheio” ou  quando o “eu não agüento mais” faz sucumbir.
            Ajuda médica é importante, porém ajuda psicológica é fundamental para restabelecimento da saúde mental e emocional.

sábado, 6 de abril de 2013

Ansiedade, Angustia e Estresse.

          Estes três podem ser confundidos em alguns momentos da nossa vida, mas possuem significados e sintomas bem distintos. São parceiros indesejáveis nos nossos dias corridos, em nossas horas que parecem voar.  Coisas para fazer... Incertezas...  Expectativas...
         Quem nunca ficou estressado com alguma tarefa ou com muitas tarefas? Quem nunca se sentiu ansioso por algo? E a angústia? Essa ‘coisa’ que não sabemos nomear e que nos sufoca em alguns momentos?
         Segundo os dicionários, ansiedade significa angústia, aflição e grande inquietude. Significa um desejo veemente, uma impaciência.  A ansiedade é uma forma de alerta. Uma reação normal ante as expectativas da vida. Boas ou ruins. Mas como lidar com ela?
        Somos ansiosos por natureza. Uns mais outros menos.  A ansiedade permeia todas as nossas ações, pois somos seres que planejam, que percebem, que conseguem organizar percepções e delas extrair conclusões, hipóteses. Almejamos resultados.  Nisto se constituem nossos anseios, nossas expectativas, nossos sonhos.  As reações psicofisiológicas comuns são agitação interna, estado de alerta, distúrbios gástricos, perturbações ao sono. Dormimos mal quando estamos ansiosos.  Satisfeita nossa expectativa, cessa-se a ansiedade.
        Quando nos “pré-ocupamos” demais com coisas do dia-a-dia ou com aquilo que almejamos; quando nossa vida gira em torno do que esperamos; quando paralisamos as demais coisas, estamos caminhando para um transtorno de ansiedade.  
        A angústia pode ser descrita como ‘ansiedade não nomeada’. É algo que “pré-sentimos”,  mas não conhecemos a razão conscientemente. Estar angustiado é estar inquieto, com ânsia de choro, com um ‘bolo’ na garganta sem saber por quê.  Chorar alivia. A angústia deixa de existir quando descobrimos a causa; quando a nomeamos.  Ela pode passar  a um estado de ansiedade, como conhecemos, ou não. 
       Estresse...  O popular estresse.  Podemos defini-lo como um conjunto de sintomas decorrentes da exposição do corpo e/ou da mente a situações desgastantes. É como manter uma máquina trabalhando no seu limite máximo, ou além dele, por algum tempo. Certamente apresentará desgaste de peças mais rapidamente, decrescendo sua produtividade, ou haverá sua paralização total por quebra de peças.
        Do estresse fazem parte a  ansiedade, o cansaço, a fadiga, alterações na imunidade do corpo (e com isso doenças frequentes), alterações de sono e de humor.  Várias psicopatologias originam-se no estado de estresse. Depressão, fobias, síndrome de Burnout e transtornos de ansiedade.
      Vale lembrar que uma pessoa muito atarefada não necessariamente terá estresse.  Ritmo acelerado dentro limites aceitáveis do corpo, opções de lazer, períodos de descanso, dificilmente acarretarão em estresse.  Um dos segredos contra o estresse é exatamente este: respeitar os limites do corpo e da mente.  Um outro segredo de suma importância para a saúde psicológica está no prazer de realizar tais tarefas. Executar uma tarefa sem gostar ou apreciar o que se faz, sentindo-se desmotivado, sentindo-se pressionado é algo penoso. Com o tempo aparecem problemas na auto-estima, apatia, angustia, alterações de sono, entre outros.
        Vivemos em dias agitados, corridos. O tempo parece ser pouco para aquilo que desejamos realizar.  Então corremos mais para alcançar. Mas e as consequências? Até mesmo Jesus Cristo, conhecendo a natureza humana, exorta a não nos deixamos tomar pela ansiedade (Mateus 6:25). Devemos fazer cada coisa a seu tempo, dentro dos nossos limites. Cada um respeitando sua própria natureza.
            

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sonhos recorrentes

Você sonha muito?

          Um dos mistérios mais antigos relativos ao ser humano é a sua capacidade de sonhar. É bem provável que os homens mais primitivos ficassem confusos quanto a realidade. É possível que se perguntassem se as imagens vistas durante o sono eram reais ou se estavam acordados. Ou ainda se teriam sido levados a outro lugar.  Assim, o sonho por muito tempo ocupou o lugar místico de uma revelação dos deuses. Um sinal enigmático a ser considerado nas decisões humanas.  Por não se tratar de algo produzido voluntariamente, o homem, em sua busca pelo sobrenatural, utilizou-se ao longo dos tempos de indutores de estados alucinatórios, como as ervas, de modo a “invocar” a resposta dos deuses. Alucinação... Sonho... são a mesma coisa?
         Desde a antiguidade os filósofos  também se ocupavam com os sonhos. Para Platão e Pitágoras, os sonhos revelavam a verdade sobre a alma. Aristóteles afirmava que os sonhos eram a expressão da vida anímica durante o sono, um fenômeno relacionado com os órgãos internos, podendo indicar como as doenças se desenvolviam. Descartes propõe a dúvida da realidade no estado desperto em relação àquela do sonho. Schopenhauer, também estudando a diferenciação entre o sonho e o estado desperto, concluiu que o único critério que distingue a diferença é o ato de despertar e que a formação dos sonhos se devia a alguma excitação fisiológica partindo de dentro do organismo.
        Com os avanços da ciência sobre a atividade cerebral, descobrimos que durante o ciclo sono-vigília existem fases para o descanso, as fases do sono.  E que a atividade onírica (sonho) ocorre na fase mais profunda do sono, a fase REM, devido a intensa atividade neuronal  do cérebro. Esta atividade coincidia com o relato de sonhos pelos voluntários estudados. Mas o mecanismo desencadeador do sonho permanecia desconhecido.
          Friedrich Nietzsche, filósofo do século XIX, afirmava que o sonho significava o retorno às condições mais remotas da cultura humana, através de uma atividade mental que  ocorreria de forma desapercebida, indicando a existência de alguma atividade inconsciente. Para ele, significava a busca das razões para a excitação do sistema nervoso. O sonho seria a apresentação das razões.
       Por volta do final do século XIX e inicio do século XX, as descobertas do Dr. Sigmund Freud sobre o funcionamento psíquico o levaram a construção de um corpo teórico  o qual tornou-se mundialmente conhecido como ‘Psicanálise’.  Dentre seus estudos, Freud construiu uma teoria sobre os sonhos. Em 1900 sua obra ‘A Interpretação dos Sonhos’ tornou-se um marco nos estudos sobre atividades oníricas.  Para Freud os sonhos são manifestações de energias psíquicas reprimidas durante o estado de vigília. São necessidades primárias e desejos que não encontram expressão na ação consciente.  Assim negados, tais impulsos geram tensão no aparelho psíquico e procuram por outras formas de expressão. Os sonhos constituem-se numa das formas de expressão dos desejos reprimidos.  Os símbolos utilizados nos sonhos são imagens da memória articuladas entre si pelo inconsciente que Freud nomeou ‘conteúdos manifestos’. Estes necessitariam ser interpretados de modo a desvendar o ‘conteúdo latente’ nele existente, ou seja, qual era o desejo expresso. Desta forma, um critério inconsciente determinaria símbolos/imagens a serem utilizados pelo sonho, de modo a driblar a censura consciente.
     Carl Jung, um dos discípulos de Freud, discordava de seu mestre, dentre outros aspectos, sobre a intepretação da linguagem simbólica. Para ele a psique não distingue conteúdos manifesto e latente. A energia psíquica se serve de conteúdos da memória e do ‘inconsciente coletivo’ para expressar-se.  Ou seja, os símbolos representam aquilo que necessariamente querem expressar.  Jung desenvolveu também um corpo teórico, a Psicologia Analítica, onde explica a existência de uma instancia do inconsciente inerente a todos os humanos de forma atemporal chamada ‘inconsciente coletivo’, dentre outras descobertas acerca da alma humana.
         Sonhar é algo inerente a nós, seres humanos. Como vimos, os sonhos são expressões da alma, do nosso interior.  Assim, são considerados importante instrumento na psicoterapia de base psicanalítica ou Junguiana.

         Se você tem tido sonhos recorrentes (sempre os mesmo símbolos), pesadelos, sonha quase todas as noites, isto pode significar um pedido de socorro.  Atente para si mesmo. Procure ajuda profissional.

Referencias:
Freud,  S. Conferências introdutórias sobre psicanálise, parte I e II, vol. XV. Ed. Imago, 2006.
Garcia-Roza, L. A. Introdução à metapsicologia freudiana. A Interpretação do sonho

(1900), vol. 2. Ed. Jorge Zahar, 1991.

Kast, V. Sonhos: a linguagem enigmática do inconsciente. Ed. Vozes, 2010.

sábado, 26 de janeiro de 2013

O que fazer em caso de assédio moral?

      Como havia prometido, eis algumas providencias que devem ser tomadas ao se sentir assediado:
  • Resistir. 
  • Anotar, com detalhes, todas as humilhações sofridas: dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do(a) agressor(a), colegas que testemunharam os fatos, conteúdo da conversa e o que mais achar necessário.
  • Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que sofrem humilhações do(a) agressor(a).
  • Evitar conversa, sem testemunhas, com o(a) agressor(a).
  • Procurar o Serviço Social / GRH de sua empresa e relatar o acontecido.
  • Procurar seu sindicato, caso não haja providencias pela empresa. 
  • Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas. 
      Estas medidas visam proteger o trabalhador  no âmbito da empresa e sindicato. No âmbito criminal, segundo o portal do Ministério do Trabalho, estes são as Instituições e órgãos que devem ser procurados:

•  Ministério do Trabalho e Emprego 
• Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego
• Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher
• Conselhos Estaduais dos Direitos da Mulher
• Comissão de Direitos Humanos
• Conselho Regional de Medicina
• Ministério Público 
• Justiça do Trabalho
• Central Alô Trabalho 
• www.mte.gov.br/ouvidoria

     O Ministério do Trabalho ainda dispõe o telefone  158  para dúvidas e orientação.



     Psicologicamente falando...
     Não é nada fácil resistir ao terror psicológico por detrás do assédio. O esforço em manter-se inabalável é estressante. Mas é preciso mesmo estar atento para que o assediador perceba que não está conseguindo o efeito desejado. A resistência dificulta seus objetivos.
    O dano psíquico causado pelo assédio pode ser permanente ou transitório. É caracterizado quando a personalidade da vítima é alterada e seu equilíbrio emocional sofre alterações. Apesar de fatos isolados não parecerem violências, seu acúmulo durante algum tempo gera efeitos na psique. Esses pequenos traumas dão margem ao surgimento de transtornos depressivos e fobias, entre outros transtornos psicológicos.
    Quando a empresa não dispõe de ações ou departamentos de proteção quanto ao assédio moral/sexual, o trabalhador sente-se desprotegido e ao buscar auxilio em órgãos externos seu nível de tensão aumenta. É necessário o apoio de familiares, amigos e colegas na batalha contra esta prática criminosa.
    A ajuda pode vir dos diversos órgãos disponíveis para denuncias, ou mesmo através de advogados que pleitearão a causa. Quanto a saúde, a psiquiatria e a psicologia são parceiras na luta contra os transtornos psicológicos e no restabelecimento psíquico. Além, é claro, do acolhimento dos familiares e amigos.     

Psicologia do Trânsito

    Pois é!...
    A psicologia também tem seu espaço na área de trânsito. Na mobilidade humana. Na relação entre o ser humano em seus aspectos psicológicos e as vias de transito. Entre outros temas.
    Como também me interesso pela área e já participei de alguns encontros sobre o tema, resolvi apresentar um artigo a 6ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia, promovida pelo CRP-RJ em setembro/2012. 
     É só dar uma olhadinha ao lado, na página do blog.
     Espero que gostem.



Video: Pateta no volante - transformação